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Blog Mulher&Saúde

Enfrentando os sintomas da menopausa - Dra. Beatriz Bohrer do Amaral

Recentemente foi publicada uma revisão das condutas no manejo dos sintomas da menopausa. Estima-se que aproximadamente 75% das mulheres sofram efeitos colaterais quando o corpo para de produzir estrogênio, como consequência da idade ou por indução médica.

Os principais sintomas são os fogachos ou calorões e a atrofia vaginal.

Os fogachos podem durar meses ou até décadas, mas os sintomas vaginais persistem pelo resto da vida da mulher. Os fogachos causam mal estar e sudorese abundante e afetam o sono, interrompendo-o noite após noite. Por outro lado, a perda da lubrificação e da elasticidade da vagina pode causar dor na relação sexual, perda de libido e irritação e sangramento com exercício.

A suplementação com estrogênio para suprir a perda do hormônio na menopausa foi uma prática comum por décadas, não só para tratar fogachos.

O tratamento de reposição hormonal era promovido também como uma forma de proteger a saúde e o bem estar da mulher no envelhecimento. Entretanto, em 2002, um ensaio clínico demonstrou que a forma mais popular de reposição, uma pílula, que combinava estrogênio e progesterona sintética (Premarin), aumentava o risco de doença cardiovascular, câncer de mama, derrame e tromboembolismo. Apesar de o estudo ter o objetivo de avaliar o uso do hormônio contra doença cardiovascular em mulheres com idade média de 65 anos, muito acima da idade da menopausa, os resultados foram interpretados como válidos para todas as idades. Assim sendo, milhões de mulheres interromperam o tratamento e outro tanto jamais iniciou. Vários tratamentos alternativos foram propostos, desde o uso de derivados da soja até o exercício físico, mas nenhum com eficácia comprovada por evidência científica.

Sabemos hoje que o tratamento mais efetivo para os fogachos é sem dúvida o estrogênio combinado com progesterona sintética ou não, se a mulher for histerectomizada. A via de administração pode ser oral ou através da pele na forma de adesivo, gel ou spray, sendo esta considerada a mais segura, uma vez que os hormônios pela via transdérmica não passam pelo fígado, onde dariam origem a substâncias que podem aumentar o risco de infarto ou câncer. O tratamento deve ser individualizado com o uso da menor dose efetiva pelo menor tempo necessário para aliviar os calorões. Nas mulheres em que o tratamento hormonal pode ser prejudicial, como aquelas que tiveram câncer de mama, podem ser usadas doses baixas de alguns antidepressivos.


Não existe suporte científico para uso de testosterona, hormônios bioidênticos, vitaminas, fitoestrogênios (isoflavonas e soja) ou acupuntura para alívio de fogachos. Vestir-se em camadas, diminuir a temperatura ambiente, beber líquidos gelados e evitar álcool e cafeína podem auxiliar no manejo. Para as mulheres obesas, recomenda-se perder peso.


Assim como os fogachos, a atrofia vaginal responde melhor com o tratamento hormonal, que pode ser usado via oral, transdérmica ou local na forma de creme ou óvulos. Baixas doses intravaginais de estradiol já melhoram os sintomas, sendo o uso diário nas primeiras duas semanas e depois uma a duas vezes por semana como manutenção.


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